domingo, 2 de dezembro de 2007

Como Funcionam os Rins?

O Sangue entra nos rins através das artérias renais.
Passa para os nefrónios que funcionam como milhares de filtros pequeníssimos.
Existe cerca de um milhão de nefrónios em cada rim.
É nos rins que são filtrados do sangue, o excesso de água e os produtos tóxicos que se formam no organismo.

O sangue "limpo" regressa à corrente sanguínea através das veias renais.
As toxinas excre
tadas e o excesso de líquidos acumulam-se na bexiga sob a forma de urina.
Quando a bexiga enche, a urina é eliminada do organismo.

Se os rins adoecem, reduz-se a sua capacidade de eliminação das toxinas e da água que se acumulam no organismo e surge a chamada Insuficiência Renal.

O QUE É A INSUFICIÊNCIA RENAL CRÓNICA?

É a doença provocada pela diminuição progressiva da função renal. As causas desta doença são várias: os rins doentes tornam incapazes de proceder à eliminação de certos resíduos produzidos pelo nosso organismo, ficando assim perturbado o controlo da composição dos líquidos que constituem o interior do corpo humano. Assim que a função renal se reduz 10 a 15% do normal, não é possível viver sem um tratamento de substituição, isto é, a diálise ou a transplantação renal. Diz-se, então, tratar-se de insuficiência renal crónica terminal.

As Causas mais comuns da IRC

  • Glomerulopatias
  • Nefropatias diabéticas
  • Nefropatias vasculares
  • Nefropatias de causa urológica
  • Nefropatias hereditárias
  • Nefropatias medicamentosas

Hemodiálise

A hemodiálise é o método em que o sangue do doente é levado, através de um circuito extra corporal, a uma membrana artificial semipermeável que separa o sangue de um líquido especial (dialisante ). A través da membrana processam-se trocas entre o sangue e o dialisante (este processo chama-se diálise ) sendo removidos os tóxicos que se encontram acumulados.


A membrana semipermeável filtrante chama-se “ rim artificial “. Um aparelho completo controla, de maneira segura e automática, a passagem do sangue pelo rim artificial. O sangue sai e entra por duas agulhas que se mantêm nas veias do braço (Acesso Vascular), durante o tratamento;


Uma sessão de hemodiálise dura em média 4 a 5 horas e realiza-se, geralmente, 3 vezes por semana. Pode ser feita num estabelecimento hospitalar ou privado ou em casa do doente (diálise domiciliária). Hoje encontram-se disponíveis várias modalidades de hemodiálise e de técnicas afins.


O acesso vascular á uma pequena cirurgia feita por um cirurgião, unindo uma artéria com uma veia.
Esta pequena cirurgia dura
uns 30 a 45 minutos, com anestesia local. É necessário que passem uns 10 a 15 dias, para que a fístula (acesso vascular) esteja preparado para ser utilizado na hemodiálise.


A transferência de massas é feita por:

  • Difusão : Solutos urêmicos e potássio, difundem-se do sangue do para a solução de diálise, obedecendo a um gradiente de concentração.
  • Ultrafiltração: Uma pressão hidrostática maior no compartimento do sangue e menor no compartimento do dialisato, favorece a passagem de líquido do sangue para o dialisato, permitindo a retirada de volume do paciente.
  • Convecção: A diferença de pressão entre o compartimento do sangue e dialisato, favorece a saída de líquidos do sangue, arrastando consigo solutos de baixo peso molecular. Esse arraste de solutos é conhecido como convecção.
  • Adsorção: É a impregnação de substâncias nas paredes da membrana semipermeável.
  • Algumas perguntas
  • Quais os efeitos secundários?

Efeitos colaterais durante a hemodiálise ocorrem e podem ser causados por rápidas mudanças do volume de líquido e no equilíbrio químico de seu organismo. Cãibras musculares e hipotensão são dois efeitos colaterais comuns. A hipotensão, uma queda abrupta da pressão arterial, pode lhe fazer sentir-se fraco, atordoado, ou sofrer enjôo.

Normalmente leva alguns meses para se adaptar à hemodiálise. Você pode evitar muitos dos efeitos colaterais se você seguir a dieta prescrita e tomar seus medicamentos conforme foi orientado. Você sempre deve informar sobre os efeitos colaterais ao seu médico. Eles podem ser tratados rápida e facilmente.

  • É necessário alguma dieta?

A hemodiálise e uma dieta adequada ajudam a reduzir os resíduos que se acumulam em seu sangue. Um nutricionista pode lhe ajudar a planejar as refeições de acordo com as ordens de seu médico.

Quando escolher os alimentos, deve-se ter em conta:

  • Coma quantias equilibradas de alimentos com alto teor em proteína como carne e frango. A proteína animal é melhor utilizada por seu organismo do que a proteína encontrada em vegetais e grãos.
  • Observe a quantidade de potássio que você ingere. Potássio é um mineral encontrado em substitutos de sal, algumas frutas, legumes, leite, chocolate, e nozes. Tanto o excesso como a falta de potássio podem ser prejudiciais ao seu coração.
  • Limite a quantidade de líquido que você bebe. Os líquidos se acumulam rapidamente em seu corpo quando seus rins não estão funcionando. Muito líquido faz você inchar. Também pode causar pressão alta e problemas no coração.
  • Evite sal. Alimentos salgados o fazem sentir sede e estimulam seu corpo a reter água.
  • Limite alimentos como leite, queijo, feijão, castanhas, e refrigerantes. Eles contêm fósforo. Excesso de fósforo em seu sangue causa a retirada de cálcio de seus ossos. O cálcio ajuda a manter os ossos fortes e saudáveis. Para prevenir problemas nos ossos, seu médico pode lhe receitar medicamentos especiais. Você deve tomar esses medicamentos todos os dias como foi prescrito.
  • O termo "filtração glomerular" significa o quê ?
O surgimento dos rins, ao longo do processo de evolução dos animais, deveu-se a necessidade de eliminar impurezas do organismo, notadamente os produtos finais do metabolismo nitrogenado.

Para realizar este trabalho, os rins recebem cerca de 25 por cento do sangue que o coração bombeia por minuto e deste somente uma fração é completamente limpa destas impurezas.

O termo filtração glomerular define a quantidade de plasma, isto é, o sangue sem os seus elementos figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas), que numa específica unidade de tempo é limpo destas impurezas, sendo amplamente utilizado na prática clínica tanto para definir a presença de doenças renais, quanto para acompanhar a sua evolução.

Seu valor normal é de cerca de 100 mL/min, o que significa dizer que num dado minuto cerca de 100 mL de plasma que circulou pelos rins foi inteiramente depurado.

  • Posso contrair alguma infecção durante as sessões de hemodiálise ?
O risco de se contaminar durante as sessões de hemodiálise é elevado e, por isto mesmo, a vacinação contra Hepatite B, o emprego das precauções universais e a monitoração contínua dos possíveis agravos a saúde são itens instituídos pela legislação brasileira, sendo competência das Comissões de Infecção Intra-Hospitalar acompanhar e aprimorar estas tarefas.
As infecções durante as sessões de hemodiálise podem ser relacionadas a: 1) Contato com o sangue, habitualmente de origem viral (Hepatite B, Hepatite C e HIV-Vírus da Imunodeficiência Humana); 2) Contaminação da água, geralmente de origem bacteriana (Pseudomonas) ou por algas (Microcistina); ou, 3) Quebra da barreira de proteção que é a pele (Acesso vascular infectado).
Todas estas condições são permanentemente rastreadas e, uma vez identificadas, o seu apropriado tratamento é imediatamente instituído.
Desta maneira, embora o risco de se contrair uma infecção esteja sempre presente, todos os procedimentos necessários para a realização de uma sessão de hemodiálise são normalmente executados com qualidade e total segurança, possibilitando a manutenção da vida de dezena de milhares de pessoas.

  • Devo ingerir muito líquido para evitar problemas renais?
Ao contrário do que se acreditava, a ingestão excessiva de líquidos por aqueles que sofrem de Doença Renal Crônica não só é isenta de qualquer benefício, como existem suspeitas de que possa resultar em aceleração do dano estrutural que acomete estes órgãos.
Afora isto, como os rins ao adoecerem perdem sua capacidade de regular o metabolismo da água, a ingestão compulsória de líquidos pode ocasionar intoxicação hídrica, com indesejáveis danos ao cérebro.
"Na Doença Renal Crônica, beba água com moderação"
Porque é que a Doença Renal Crónica piora o desempenho sexual ?
  • Porque é que a Doença Renal Crónica piora o desempenho sexual ?

    Alterações na sexualidade, principalmente a impotência masculina, são manifestações clínicas freqüentes da Doença Renal Crônica.
    As razões pelas quais estas alterações se desenvolvem são múltiplas indo desde o acúmulo das toxinas urêmicas até a anormalidades das glândulas, nervos e vasos sangüíneos que habitualmente estão presentes na Doença Renal Crônica.
    Não há um tratamento específico para elas, embora a compreensão do problema e o apoio psicológico especializado ajudem sobremaneira a conviver com as mesmas, além de facilitar a ação dos remédios atualmente disponíveis.

    É importante ressaltar que um grande número de medicações, notadamente as drogas antihipertensivas, tem nas alterações da sexualidade um efeito colateral importante, sendo sempre necessário considerar esta possibilidade quando do manuseio de pacientes com Doença Renal Crônica.


Ionização

A ionização é um processo químico-físico mediante o qual se produzem iões, átomos ou moléculas electricamente carregadas, devido ao excesso ou falta de cargas a partir de átomos ou moléculas neutras. Há várias maneiras pelas quais se podem formar iões. Em certas reacções químicas a ionização ocorre por transferência de electrões, por exemplo, os átomos de cloro reagem com átomos de sódio para formar cloreto de sódio, com transferência de electrões do sódio para o cloro formando iões de sódio (Na+) e iões de cloro (Cl -). Assim, um ião é um átomo ou molécula que perdeu ou ganhou electrões. Chama-se anião quando carregado negativamente e catião quando carregado positivamente. Em física, núcleos atómicos provenientes de átomos completamente ionizados como os da radiação alfa, são habitualmente designados como partículas carregadas. A ionização é geralmente alcançada pela aplicação de elevadas energias aos átomos, seja através de uma alta tensão eléctrica ou por via de radiação de alta energia. Um gás ionizado é chamado plasma.

A energia necessária para remover electrões de um átomo é chamada energia de ionização, ou potencial de ionização. As energias de ionização decrescem ao longo de um grupo da Tabela Periódica, e aumentam da esquerda para a direita ao longo de um período. Estas tendências são o exacto oposto das tendências para o raio atómico. Electrões em átomos menores são atraídos mais fortemente para o núcleo, e portanto a energia de ionização é mais elevada. Em átomos maiores, os electrões não estão presos com tanta força, e portanto a energia de ionização é mais baixa.

A primeira energia de ionização é a energia necessária para remover um electrão, a segunda para remover dois, e assim sucessivamente. As energias de ionização posteriores são sempre maiores que a anterior. Por esta razão, os iões tendem a formar-se só com certas configurações. Por exemplo, o sódio encontra-se na forma Na+, mas não, geralmente, na forma Na2+ devido à grande quantidade de energia de ionização que seria necessária. Do mesmo modo, o magnésio encontra-se como Mg2+, mas não como Mg3+ e o alumínio pode existir como um catião Al3+. Em física, uma forma de ionização é produzida pelas radiações ionizantes que transferem energia suficiente para separar um electrão de seu átomo. A ionização é, portanto, a formação de um par de iões, o negativo (electrão livre) e o positivo (o átomo sem um de seus electrões).

De acordo com a física clássica, é absolutamente necessário que a energia do electrão exceda a diferença da energia da barreira de potencial para salta-la.

A energia requerida para liberar um electrão é maior ou igual à diferença potencial entre o orbital atómico ou molecular actual e o orbital possível ao salto. Se a energia absorvida exceder este potencial, o electrão será emitido como um electrão livre. Se não, o electrão incorpora momentaneamente um estado excitado até que a energia absorvida seja re-irradiada e ele volte o estado mais baixo. Logo, um electrão livre deve ter uma energia maior ou semelhante àquela da barreira potencial para continuar "livre". A ionização sequencial é basicamente uma descrição da ionização de um átomo ou de uma molécula. Mais especificamente significa que um ião com uma carga +2 pode somente ser criado de um ião com uma carga +1 ou uma carga +3. Isto é, a carga numérica de um átomo ou de uma molécula deve mudar sequencialmente, sempre movendo-se de um número a um número adjacente, ou sequencial.

Ao contrário da ionização clássica, na quântica o electrão simplesmente atravessa a barreira potencial em vez de saltá-la, por causa de sua natureza ondulatória, pois, a probabilidade de um electrão passar através da barreira, é exponencial em relação à sua largura. Consequentemente, um electrão com uma energia mais elevada, aparentemente "atravessa" a barreira como se fosse através de um túnel. Quando o campo eléctrico é combinado com a ionização "túnel", o fenómeno não sequencial emerge. Por exemplo, um electrão sai para fora de um átomo ou de uma molécula emitido como onda, pode recombinar com o átomo ou molécula contígua e liberar toda a energia adicional, ou tem também a possibilidade de ionizar mais de um átomo ou molécula com as colisões da energia elevada. Esta ionização adicional é considerada ionização não sequencial por duas razões:



  • Não há nenhuma ordem de como um segundo electrão é removido de um átomo ou de uma molécula com uma carga;
  • Podem ser criados em linha recta de um átomo ou de uma molécula, uma carga neutra, assim que as cargas não são sequenciais.
Exemplos de ionização:

Na ionização de um ácido, por exemplo, a molécula de água é responsável por capturar um hidrogênio que está polarizado positivamente no ácido, formando o ião hidroxônio (H3O+) e um anião (A-, sendo A um elemento ou composto presente no ácido).
  • HA(aq) + H2O(l) → H3O+(aq) + A-(aq)

No que se refere à radiação, há uma forma de ionização produzida pelas radiações ionizantes que tranferem muita energia ao átomo atingido e deixam-no instável, podendo gerar a fissão nuclear. Esse tipo de ionização é muito perigoso para os seres vivos, podendo gerar mutações genéticas e cancro. O exemplo a seguir é uma equação química que representa a ionização radioativa:

  • 20Ca40 + Radiação ionizante → 2α4 + 18Ar36

Pode-se também fornecer energia para o átomo libertar os seus elétrões. Inclui-se aqui a propriedade periódica nergia de ionização ou potencial de ionização, que diz quanta energia é necessária para retirar um elétrão do átomo.

Uma carga eléctrica positiva é produzida quando o limite de carga do electrão num átomo, ou molécula, absorve energia suficiente de uma fonte externa para escapar da barreira de potencial. A quantidade de energia absorvida deve ser igual ao potencial de ionização. Uma carga eléctrica negativa é produzida quando um electrão livre colide com um átomo e é capturado subsequentemente dentro da barreira potencial eléctrica, libertando toda a energia adicional.

Agentes de ionização na ionosfera

O SOL


O maior agente de ionização da ionosfera, é o Sol, cujas radiações nas bandas de raios X, e luz ultravioleta, inserem grande quantidade de electrões livres no meio. Os meteoritos e raios cósmicos (Figura acima) também são responsáveis pela presença secundária de iões na região. A energia provinda do Sol inclui todos os tipos de radiação, não apenas a luz visível.

Basicamente, a atmosfera compõe-se de oxigénio e de nitrogénio em estado molecular nas menores altitudes e em estado atómico nas altas altitudes. Os seus componentes absorvem os raios ultravioletas e os raios X de origem solar. No processo, os electrões são retirados das moléculas ou dos átomos pelo chamado ''efeito fotoeléctrico'', ocorrendo assim o processo da ionização.

Os processos de ionização ocorrem, nas regiões delgadas da atmosfera, acima de 60 km em que se formam ''camadas'' iónicas, por isso à região é dado o nome de ionosfera, que na parte inferior chama-se neutrosfera.


sábado, 17 de novembro de 2007

Leveduras

O que são?

As leveduras são fungos, como os bolores mas diferenciam-se deles por apresentarem-se, usualmente e predominantemente, sob forma unicelular. Uma levedura típica é composta por células ovais, que se multiplicam assexuadamente geralmente por gemulação. Como são células simples, as leveduras crescem e reproduzem-se mais rapidamente do que os bolores. Também são mais eficientes na realização de alterações químicas, por causa da sua maior relação área/volume. A maioria das leveduras, não vive no solo mas adaptou-se a ambientes com alto teor de açúcares, tal como néctar das flores e a superfície de frutas. As leveduras também se distinguem das algas, pois não efectuam a fotossíntese, e também não são protozoários porque possuem uma parede celular rígida. São facilmente diferenciadas das bactérias em virtude das suas dimensões maiores e das suas propriedades morfológicas.As leveduras não constituem um grupo definido de microorganismos, embora apresentem uniformidade morfológica.

Existem, aproximadamente, 350 espécies diferentes de leveduras, separadas em cerca de 39 géneros.

As leveduras fermentativas são exploradas pelo homem há milhares de anos, na produção de cerveja e do vinho e na fermentação do pão, embora, somente no século dezanove tenha sido reconhecida a natureza biológica dos agentes responsáveis por estes processos.As leveduras são classificadas em todas as três classes de fungos superiores: ascomicetos, basidiomicetos e fungos imperfeitos.

São largamente encontradas na natureza: são comuns no solo, na superfícies de órgãos dos vegetais, principalmente em flores e frutos, no trato intestinal de animais, em líquidos açucarados, e numa grande série de outros locais. Podem ser parasitas, simbiontes, sendo, em sua grande parte, sapróbios.

Crescem onde existe matéria orgânica disponível, viva ou morta, geralmente apreciando calor e umidade. Água, solo, troncos, folhas, frutos, sementes, excrementos, insetos, alimentos frescos e processados, têxteis e inúmeros outros produtos fabricados pelo homem constituem substratos para o desenvolvimento de fungos.

Podem-se reproduzir por reprodução sexuada ou assexuadamente:

  • Assexuadamente:As leveduras multiplicam-se por brotamento, processo pelo qual na superfície da célula adulta (célula mãe) desenvolve-se uma pequena saliência (célula-filha) que se transformará numa nova célula. Alguns géneros e espécies dividem-se por cissiparidade semelhante às bactérias. Encontramos algumas leveduras que foram blastosporos, pequenos esporos formados na extremidade de um esterigma, ou ainda artrosporos, formado pela fissão de uma célula em vários pontos.

  • Sexuadamente: As leveduras reproduzem-se por esporos endógenos (Ascoporos), contidos no interior da célula - mãe, agora transformada em asca. Os ascoporos são geralmente de 4 a 8, variando de acordo com a espécie envolvida: são esféricos em Saccharomyces cerevisiae, anelados ( anel de Saturno ) em Hansenula saturnus alongadas com flagelos em nematospora, etc.


Porque são nossas amigas?

Apresentam grande importância sob vários aspectos:

o agentes de fermentação alcoólica, na produção do alcoól industrial e de todas as bebidas alcoólicas destiladas ou não destiladas. É exemplo a levedura da cerveja.
A levedura de cerveja é um fermento natural utilizado na fermentação do mosto (uma mistura de cevada, água e lúpulo) para produzir cerveja. As leveduras de cervejas são do gênero Sacharomyces, sendo a principal a espécie Sacharomyces cerevisiae.



  • são utilizadas na panificação. É a levedura do pão que permite, quando adicionada à massa, que esta cresça e depois seja levada ao forno e forme o pão. O pão cresce devido a todo um processo de transformação realizado pela levedura, que quando misturada com a massa, que contém açúcares, vai começar a se reproduzir e a realizar a glicólise. De seguida dá-se a transformação do ácido pirúvico(produto resultante da glisólise) em etanol, tendo sido libertado, para que esta transformação ocorra, um gás, dióxido de carbono): é este gás que, ao criar bolhas na massa, vai provocar o aumento de volume da mesma.
  • são, pelo menos potencialmente, importantes fontes de proteína e de factores de crescimento, passíveis de serem utilizadas na alimentação animal e, mesmo, humana.

Muitas espécies de fungos têm sido testadas e utilizadas para a produção de substâncias de interesse industrial ou médico:

  • O etanol, ácido cítrico, ácido glucônico, aminoácidos, vitaminas, nucleotídeos e polissacarídeos são exemplos de metabólitos primários produzidos por fungos, enquanto que os antibióticos constituem importantes metabólitos secundários.
Além da aplicação em indústrias de fermentação, novos aspectos biotecnológicos têm sido explorados, inclusive de carácter ambiental, ou seja, os fungos podem actuar como agentes benéficos à melhoria do meio ambiente:
  • Tratamento de resíduos líquidos e biorremediação de solos poluídos;
  • Mineralogia e biohidrometalurgia;
  • Produção de biomassa, incluindo proteína comestível;
  • Tecnologia de combustíveis, particularmente na solubilização de carvão;
  • Emprego em controle biológico

Mas há também leveduras inimigas...

Algumas espécies, são patogénicas, isto é, são seres capazes de produzir doenças infecciosas aos seres hospedeiras como plantas, animais e ao homem.
As levedu
ras patogênicas mais nocivas ao homem – que provocam doenças aos seres cujo sistema imunitário está enfraquecido, causando infecções a diversos níveis do corpo – são a Candida albicans (representada na fig.), C. glabrata, C. krusei e a C. parapsilosis;


  • Podem se manifestar como pragas na agricultura como por exemplo nas frutas e nas plantas, pois são atraídas por meios com açúcar;

  • Como agentes de fermentação são prejudiciais à conservação de frutos, e de sucos vegetais.


Alguns tipos e aplicações de leveduras:

  • Saccharomyces cerevisiae, S. ellipsoideus e S. calbergensis, são agentes normais da fermentação alcoólica utilizada na fabricação de vinhos, cervejas e fermentos.
  • Zygosaccharomyces, tem capacidade de se desenvolverem em líquidos com alta concentração de açúcar. E por isso, responsáveis pela deterioração de mel, melaço e xaropes.
  • Schizosaccharomyces, muito comum na superfícies de frutos, no solo, no bagaço e em substratos.
  • Picchia, Hansenula e Debaryomyces responsáveis pela formação de filme na superfície de líquidos de origem vegetal, ácidos.
  • Endomyces vernalis , utilizável na síntese de produtos graxos.
  • Endomyces fiberliger, levedura capaz de produzir amilase.


quarta-feira, 14 de novembro de 2007

pH

O que é o pH? Definição
O pH ou potencial de hidrogénio iónico, é um índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio. O conceito foi introduzido por S. P. L. Sørensen em 1909. O "p" deriva do alemão potenz, que significa poder de concentração, e o "H" é para o ião de hidrogénio (H+). Às vezes é referido do latim pondus hydrogenii. O "p" equivale ao simétrico do logaritmo de base 10 da actividade dos iões a que se refere, ou seja,


em que [H+] representa a actividade de H+ em mol/dm3.

A equação é simplesmente uma definição concebida com o objectivo de simplificar a representação numérica de [H+]. Como se pode ver, o pH é dado por um número positivo. Se não o sinal menos a afectar o logaritmo, o pH seria um numero negativo devido aos valores normalmente muito pequenos de [H+]. Repare-se que o termo [H+] na equação acima apenas diz respeito à parte numérica da concentração do ião de hidrogénio, pois não se pode determinar o logaritmo em unidades. Assim, tal como a constante de equilíbrio, o pH de uma solução é uma quantidade adimensional. Como o pH é simplesmente uma forma de exprimir a concentração do ião hidrogénio, as soluções ácidas e básicas a 25º C podem ser identificadas através dos seus valores de pH, como se segue:

. Soluções ácidas: [H+] > 1,0 x 10 -7 M, pH < 7,00

. Soluções básicas: [H+] < 1,0 x 10 -7 M, pH > 7,00

. Soluções neutras: [H+] = 1,0 x 10 -7 M, pH = 7,00


Do mesmo modo pode-se definir o pOH em relação à concentração de íons OH-. A partir da constante de dissociação da água que tem o valor de 10-14 à temperatura de 298 K (25 ºC ), pode-se determinar a relação entre o pOH e o pH. Assim pela definição de Kw tem-se a relação entre as duas atividades:

Kw =[H+][OH-]

Ao aplicar logaritmos, obtém-se a relação entre o pH e o pOH:

pKw=pH+pOH=14
Como medir o pH
  • Analiticamente:
O valor de pH de uma solução pode ser estimado se souber a concentração em íons H+. Exemplo:
  • Solução aquosa de Ácido clorídrico (HCl) 0,1 mol L-1:
Este é um ácido forte, por isso encontra-se completamente dissociado e encontra-se suficientemente diluído para que a atividade seja próxima da concentração. Assim [H+]=0,1 mol L-1 e pH=-log[0,1]=1. O mesmo se aplica a outros ácidos fortes.

  • Solução aquosa de hidróxido de Sódio (NaOH) 0,1 mol L-1:
Esta é uma base forte, por isso encontra-se completamente dissociada e encontra-se suficientemente diluída para que a atividade seja próxima da concentração. Assim [OH-]=0,1 mol L-1 e pOH=-log[0,1]=1. Logo pH=14-1=13
  • Solução aquosa de ácido fórmico (HCOOH) 0,1 mol L-1:
Este é um ácido fraco, que não está completamente dissociado. Por isso deve-se determinar primeiro a concentração de H+.
Para ácidos fracos deve-se ter em conta a constante de dissociação do ácido:
Ka = [H+][A-] / [HA]
A constante de dissociação do ácido fórmico tem o valor de Ka = 1,6 × 10−4. Assim considerando que [A-]é igual a x, [HA] há-de ser a parte que não se dissociou, ou seja 0,1-x. Se desprezarmos a ionização da água, concluímos que a única fonte de H+ é o ácido, assim [H+]=[A-]. Substituindo as variáveis obtém-se:
1.6\times 10^{-4} = \frac{x^2}{0.1-x}
A solução é [H+]=x=3,9×10−3. Através da definição de pH, obtém-se pH=-log[3,9×10−3]=2,4.

  • O pH pode ser determinado experimentalmente:
  • por adição de um indicador de pH na solução em análise. A cor do indicador varia constante o pH da solução.

Um indicador de pH é um composto químico que é adicionado em pequenas quantidades a uma solução e que permite saber se essa solução é ácida ou alcalina. Normalmente, em da adição do indicador de pH, a cor da solução varia, dependo do seu pH.
Os indicadores de pH, são frequentemente, ácidos ou bases fracas. Quando adicionados a uma solução, os indicadores de pH ligam-se aos íões H+ ou OH-. A ligação a estes iões provoca uma alteração da configuração eletrônica dos indicadores, e consequentemente, altera-lhes a cor.

Indicadores Ácidos: possuem hidrogênio (s) ionizável (eis) na estrutura, quando o meio está ácido (pH<7),>7), os hidrogênios do indicador são fortemente atraídos pelos grupos OH-(hidroxila) para formarem água, e neste processo são liberados os aniões do indicador (que possuem coloração diferente da coloração da molécula).
Indicadores Básicos: possuem o grupo ionizável OH- (hidroxila), portanto, em meio alcalino (pH>7) as moléculas do indicador "são mantidas" não-ionizadas, e em meio ácido (pH<7)>

Indicadores comuns são a fenolftaleína, o alaranjado de metila e o azul de bromofenol.

Uma das causas de erro no uso dos indicadores é o facto da viragem dos mesmos ser gradual e se dar em um certo intervalo de pH. Outra causa de erro é devido ao fato da mudança de cor do indicador ocorrer em um pH diferente do pH do ponto de equivalência, fazendo com que o volume do titulante no ponto final seja diferente do volume do titulante no ponto de equivalência. Na prática procura-se escolher um indicador de cause o menor erro possível. É necessário frisar que não há necessidade de se eliminar o erro, isto é, não é preciso fazer com que o ponto final coincida exatamente com o ponto de equivalência.














  • Através de um pHmetro:

O método mais avançado e preciso para determinação do pH é fundamentado na medição da força eletromotriz (f.e.m.) de uma célula eletroquímica que contém uma solução de pH desconhecido como eletrólito, e dois eletrodos. Os eletrodos são conectados aos terminais de um voltímetro eletrônico, a maioria das vezes denominado, simplesmente, medidor de pH. Quando convenientemente calibrado com uma solução-tampão de pH conhecido, pode-se ler diretamente na escala do aparelho o pH da solução de teste.
A f.e.m. de uma célula eletroquímica pode ser definida como o valor absoluto da diferença de potenciais de eletrodo entre os dois eletrodos. Os dois eletrodos utilizados na construção da célula eletroquímica tem funções diferentes na medição e devem ser escolhidos cuidadosamente. Um dos eletrodos, denominado eletrodo indicador, adquire um potencial que depende do pH da solução. Na prática, o eletrodo de vidro é utilizado como eletrodo indicador. O segundo eletrodo, por sua vez, deve ter um potencial constante independente do pH da solução, com o qual, portanto, o potencial do eletrodo indicador pode ser comparado em várias soluções; daí este segundo eletrodo ser denominado eletrodo de referência. Na medição do pH, o eletrodo de calomelano (saturado) é utilizado como eletrodo indicador.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Termopar


Os termopares são dispositivos electró
nicos com larga aplicação para medição de temperatura. São baratos, podem medir uma vasta gama de temperaturas e podem ser substituídos sem introduzir erros relevantes. A sua maior limitação é a exactidão, uma vez que erros inferiores a 1 ºC são difíceis de obter. Uma termopilha é o nome que se dá a um conjunto de termopares ligados em sé rie. Um exemplo da aplicação de termopares e termopilhas pode ser a medição de temperaturas em linhas de gás.




Como Funciona




Princípio do Funcionamento
Um termopar é um transdutor básico que compreende dois pedaços de fios dissimilares, unidos em uma das extremidades. Nada mais simples do que isso. Entretanto, sem algum conhecimento sobre seu funcionamento não é possível compreender como podem ser usados como termômetros.

Efeitos Termoelétricos
Os efeitos termoelétricos recebem essa denominação porque envolvem tanto calor quanto eletricidade. Podem ser identificados três efeitos termoelétricos diferentes, porém interrelacionados. O efeito Seebeck é o relevante para os termopares enquanto os efeitos Peltier e Thomson descrevem o transporte de calor por uma corrente elétrica.

Efeito de Seebeck
O circuito para um termômetro termopar é ilustrado na Figura 1. Ambas as junções, de medição e de referência estão em ambientes isotérmicos (de temperatura constante), cada uma numa temperatura diferente.

Figura 1. Circuito para medir o potencial de Seebeck compreendendo dois fios diferentes, A e B, duas junções e um voltímetro.
Fios de cobre conectam a junção de referência ao instrumento.


A tensão de circuito aberto através da junção de referência é a chamada tensão de Seebeck e aumenta à medida que a diferença de temperatura entre as junções aumenta. Embora o efeito de Seebeck seja muito fácil de ser medido e demonstrado nas condições da Figura 1, os físicos levaram um grande tempo para provar como o efeito de Seebeck funciona. Parte do problema reside no fato de que a tensão de Seebeck somente é observada em um circuito completo que envolva pelo menos dois tipos de fios. Entretanto, os físicos conseguiram demonstrar que o efeito de Seebeck ocorre para qualquer par de pontos que não estejam à mesma temperatura, em qualquer parte de um fio condutor elétrico, embora, na prática ela seja observada com dois fios diferentes.A Figura 2 ilustra o fenômeno.

Figura 2. A tensão de Seebeck é gerada apenas nos segmentos momentaneamente não isotérmicos b-c e d-e, à medida em que são movidos para dentro do banho.

O termopar, que opera sob o efeito Seebeck é, portanto, diferente da maioria dos outros sensores de temperatura uma vez que sua saída não está diretamente relacionada à temperatura, mas sim ao gradiente de temperatura, ou seja, da diferença de temperatura ao longo do fio termopar.

Tipos de termopares

Tipos de
Termopares

Classe 1
(Especial)

Classe 2
(Standard)

Classe 3
(Standard)

Tipo T

Faixa
Tolerância
Faixa
Tolerância


-40 a 125ºC
±0,5ºC
125 a 350ºC
±0,4%


-40 a 133ºC
±1,0ºC
133 a 350ºC
±0,75%


-67 a 40ºC
±1,0ºC
-200 a -67ºC
±1,5%

Tipo E
Faixa
Tolerância
Faixa
Tolerância


-40 a 375ºC
±1,5ºC
375 a 800ºC
±0,4%


-40 a 333ºC
±2,5ºC
333 a 900ºC
±0,75%


167 a 40ºC
±2,5ºC
-200 a 167ºC
±1,5%

Tipo J

Faixa
Tolerância
Faixa
Tolerância

-40 a 375ºC
±1,5ºC
375 a 750ºC
±0,4%

-40 a 333ºC
±2,5ºC
333 a 750ºC
±0,75%


-
-
-
-

Tipo K/N

Faixa
Tolerância
Faixa
Tolerância


-40 a 375ºC
±1,5ºC
375 a 1000ºC
±0,4%



-40 a 333ºC
±2,5ºC
333 a 1200ºC
±0,75%


-167 a +40ºC
±2,5ºC
-200 a 167ºC
±1,5%

Tipo S/R

Faixa
Tolerância
Faixa
Tolerância


0a 1100ºC
±1,0ºC
110 a 1600ºC
±[1 + 0,003 (t-1100)]ºC


0 a 600ºC
±1,5ºC
600 a 1600ºC
±0,25%


-
-
-
-

Tipo B

Faixa
Tolerância
Faixa
Tolerância


-
-
-
-


-
-
600 a 1700ºC
±0,25%


600 a 800ºC
±4,0ºC
800 a 1700ºC
±0,5%



Soro Fisiológico

Soro fisiológico

Soro fisiológico é uma solução isotónica em relação aos líquidos corporais que contem 0,9%, em massa, de NaCl em água destilada, ou seja, cada 100mL da solução aquosa contém 0,9 gramas do sal.

100 mL de soro fisiológico contem 0,354 gramas de Na+ e 0,546 gramas de Cl-, com pH = 6,0

Usos

  • Higienização nasal : para pacientes com resfriados, gripes ou com sintomas alérgicos;
  • Desidratação: para reposição de ions de sódio e cloro;
  • Limpeza de ferimentos;
  • Limpeza de lentes de contacto;
  • Em preparados para microscopia.

Deve ser usado frio e devidamente esterilizado, portanto, deve ser guardado em geladeira. Deve ser considerado como um medicamento, portanto, só deve ser usado sob prescrição médica.

Precauções

Alguns soros fisiológicos contém aditivos e por esse motivo não podem ser utilizados em oftalmologia.