domingo, 2 de dezembro de 2007

Como Funcionam os Rins?

O Sangue entra nos rins através das artérias renais.
Passa para os nefrónios que funcionam como milhares de filtros pequeníssimos.
Existe cerca de um milhão de nefrónios em cada rim.
É nos rins que são filtrados do sangue, o excesso de água e os produtos tóxicos que se formam no organismo.

O sangue "limpo" regressa à corrente sanguínea através das veias renais.
As toxinas excre
tadas e o excesso de líquidos acumulam-se na bexiga sob a forma de urina.
Quando a bexiga enche, a urina é eliminada do organismo.

Se os rins adoecem, reduz-se a sua capacidade de eliminação das toxinas e da água que se acumulam no organismo e surge a chamada Insuficiência Renal.

O QUE É A INSUFICIÊNCIA RENAL CRÓNICA?

É a doença provocada pela diminuição progressiva da função renal. As causas desta doença são várias: os rins doentes tornam incapazes de proceder à eliminação de certos resíduos produzidos pelo nosso organismo, ficando assim perturbado o controlo da composição dos líquidos que constituem o interior do corpo humano. Assim que a função renal se reduz 10 a 15% do normal, não é possível viver sem um tratamento de substituição, isto é, a diálise ou a transplantação renal. Diz-se, então, tratar-se de insuficiência renal crónica terminal.

As Causas mais comuns da IRC

  • Glomerulopatias
  • Nefropatias diabéticas
  • Nefropatias vasculares
  • Nefropatias de causa urológica
  • Nefropatias hereditárias
  • Nefropatias medicamentosas

Hemodiálise

A hemodiálise é o método em que o sangue do doente é levado, através de um circuito extra corporal, a uma membrana artificial semipermeável que separa o sangue de um líquido especial (dialisante ). A través da membrana processam-se trocas entre o sangue e o dialisante (este processo chama-se diálise ) sendo removidos os tóxicos que se encontram acumulados.


A membrana semipermeável filtrante chama-se “ rim artificial “. Um aparelho completo controla, de maneira segura e automática, a passagem do sangue pelo rim artificial. O sangue sai e entra por duas agulhas que se mantêm nas veias do braço (Acesso Vascular), durante o tratamento;


Uma sessão de hemodiálise dura em média 4 a 5 horas e realiza-se, geralmente, 3 vezes por semana. Pode ser feita num estabelecimento hospitalar ou privado ou em casa do doente (diálise domiciliária). Hoje encontram-se disponíveis várias modalidades de hemodiálise e de técnicas afins.


O acesso vascular á uma pequena cirurgia feita por um cirurgião, unindo uma artéria com uma veia.
Esta pequena cirurgia dura
uns 30 a 45 minutos, com anestesia local. É necessário que passem uns 10 a 15 dias, para que a fístula (acesso vascular) esteja preparado para ser utilizado na hemodiálise.


A transferência de massas é feita por:

  • Difusão : Solutos urêmicos e potássio, difundem-se do sangue do para a solução de diálise, obedecendo a um gradiente de concentração.
  • Ultrafiltração: Uma pressão hidrostática maior no compartimento do sangue e menor no compartimento do dialisato, favorece a passagem de líquido do sangue para o dialisato, permitindo a retirada de volume do paciente.
  • Convecção: A diferença de pressão entre o compartimento do sangue e dialisato, favorece a saída de líquidos do sangue, arrastando consigo solutos de baixo peso molecular. Esse arraste de solutos é conhecido como convecção.
  • Adsorção: É a impregnação de substâncias nas paredes da membrana semipermeável.
  • Algumas perguntas
  • Quais os efeitos secundários?

Efeitos colaterais durante a hemodiálise ocorrem e podem ser causados por rápidas mudanças do volume de líquido e no equilíbrio químico de seu organismo. Cãibras musculares e hipotensão são dois efeitos colaterais comuns. A hipotensão, uma queda abrupta da pressão arterial, pode lhe fazer sentir-se fraco, atordoado, ou sofrer enjôo.

Normalmente leva alguns meses para se adaptar à hemodiálise. Você pode evitar muitos dos efeitos colaterais se você seguir a dieta prescrita e tomar seus medicamentos conforme foi orientado. Você sempre deve informar sobre os efeitos colaterais ao seu médico. Eles podem ser tratados rápida e facilmente.

  • É necessário alguma dieta?

A hemodiálise e uma dieta adequada ajudam a reduzir os resíduos que se acumulam em seu sangue. Um nutricionista pode lhe ajudar a planejar as refeições de acordo com as ordens de seu médico.

Quando escolher os alimentos, deve-se ter em conta:

  • Coma quantias equilibradas de alimentos com alto teor em proteína como carne e frango. A proteína animal é melhor utilizada por seu organismo do que a proteína encontrada em vegetais e grãos.
  • Observe a quantidade de potássio que você ingere. Potássio é um mineral encontrado em substitutos de sal, algumas frutas, legumes, leite, chocolate, e nozes. Tanto o excesso como a falta de potássio podem ser prejudiciais ao seu coração.
  • Limite a quantidade de líquido que você bebe. Os líquidos se acumulam rapidamente em seu corpo quando seus rins não estão funcionando. Muito líquido faz você inchar. Também pode causar pressão alta e problemas no coração.
  • Evite sal. Alimentos salgados o fazem sentir sede e estimulam seu corpo a reter água.
  • Limite alimentos como leite, queijo, feijão, castanhas, e refrigerantes. Eles contêm fósforo. Excesso de fósforo em seu sangue causa a retirada de cálcio de seus ossos. O cálcio ajuda a manter os ossos fortes e saudáveis. Para prevenir problemas nos ossos, seu médico pode lhe receitar medicamentos especiais. Você deve tomar esses medicamentos todos os dias como foi prescrito.
  • O termo "filtração glomerular" significa o quê ?
O surgimento dos rins, ao longo do processo de evolução dos animais, deveu-se a necessidade de eliminar impurezas do organismo, notadamente os produtos finais do metabolismo nitrogenado.

Para realizar este trabalho, os rins recebem cerca de 25 por cento do sangue que o coração bombeia por minuto e deste somente uma fração é completamente limpa destas impurezas.

O termo filtração glomerular define a quantidade de plasma, isto é, o sangue sem os seus elementos figurados (hemácias, leucócitos e plaquetas), que numa específica unidade de tempo é limpo destas impurezas, sendo amplamente utilizado na prática clínica tanto para definir a presença de doenças renais, quanto para acompanhar a sua evolução.

Seu valor normal é de cerca de 100 mL/min, o que significa dizer que num dado minuto cerca de 100 mL de plasma que circulou pelos rins foi inteiramente depurado.

  • Posso contrair alguma infecção durante as sessões de hemodiálise ?
O risco de se contaminar durante as sessões de hemodiálise é elevado e, por isto mesmo, a vacinação contra Hepatite B, o emprego das precauções universais e a monitoração contínua dos possíveis agravos a saúde são itens instituídos pela legislação brasileira, sendo competência das Comissões de Infecção Intra-Hospitalar acompanhar e aprimorar estas tarefas.
As infecções durante as sessões de hemodiálise podem ser relacionadas a: 1) Contato com o sangue, habitualmente de origem viral (Hepatite B, Hepatite C e HIV-Vírus da Imunodeficiência Humana); 2) Contaminação da água, geralmente de origem bacteriana (Pseudomonas) ou por algas (Microcistina); ou, 3) Quebra da barreira de proteção que é a pele (Acesso vascular infectado).
Todas estas condições são permanentemente rastreadas e, uma vez identificadas, o seu apropriado tratamento é imediatamente instituído.
Desta maneira, embora o risco de se contrair uma infecção esteja sempre presente, todos os procedimentos necessários para a realização de uma sessão de hemodiálise são normalmente executados com qualidade e total segurança, possibilitando a manutenção da vida de dezena de milhares de pessoas.

  • Devo ingerir muito líquido para evitar problemas renais?
Ao contrário do que se acreditava, a ingestão excessiva de líquidos por aqueles que sofrem de Doença Renal Crônica não só é isenta de qualquer benefício, como existem suspeitas de que possa resultar em aceleração do dano estrutural que acomete estes órgãos.
Afora isto, como os rins ao adoecerem perdem sua capacidade de regular o metabolismo da água, a ingestão compulsória de líquidos pode ocasionar intoxicação hídrica, com indesejáveis danos ao cérebro.
"Na Doença Renal Crônica, beba água com moderação"
Porque é que a Doença Renal Crónica piora o desempenho sexual ?
  • Porque é que a Doença Renal Crónica piora o desempenho sexual ?

    Alterações na sexualidade, principalmente a impotência masculina, são manifestações clínicas freqüentes da Doença Renal Crônica.
    As razões pelas quais estas alterações se desenvolvem são múltiplas indo desde o acúmulo das toxinas urêmicas até a anormalidades das glândulas, nervos e vasos sangüíneos que habitualmente estão presentes na Doença Renal Crônica.
    Não há um tratamento específico para elas, embora a compreensão do problema e o apoio psicológico especializado ajudem sobremaneira a conviver com as mesmas, além de facilitar a ação dos remédios atualmente disponíveis.

    É importante ressaltar que um grande número de medicações, notadamente as drogas antihipertensivas, tem nas alterações da sexualidade um efeito colateral importante, sendo sempre necessário considerar esta possibilidade quando do manuseio de pacientes com Doença Renal Crônica.


Ionização

A ionização é um processo químico-físico mediante o qual se produzem iões, átomos ou moléculas electricamente carregadas, devido ao excesso ou falta de cargas a partir de átomos ou moléculas neutras. Há várias maneiras pelas quais se podem formar iões. Em certas reacções químicas a ionização ocorre por transferência de electrões, por exemplo, os átomos de cloro reagem com átomos de sódio para formar cloreto de sódio, com transferência de electrões do sódio para o cloro formando iões de sódio (Na+) e iões de cloro (Cl -). Assim, um ião é um átomo ou molécula que perdeu ou ganhou electrões. Chama-se anião quando carregado negativamente e catião quando carregado positivamente. Em física, núcleos atómicos provenientes de átomos completamente ionizados como os da radiação alfa, são habitualmente designados como partículas carregadas. A ionização é geralmente alcançada pela aplicação de elevadas energias aos átomos, seja através de uma alta tensão eléctrica ou por via de radiação de alta energia. Um gás ionizado é chamado plasma.

A energia necessária para remover electrões de um átomo é chamada energia de ionização, ou potencial de ionização. As energias de ionização decrescem ao longo de um grupo da Tabela Periódica, e aumentam da esquerda para a direita ao longo de um período. Estas tendências são o exacto oposto das tendências para o raio atómico. Electrões em átomos menores são atraídos mais fortemente para o núcleo, e portanto a energia de ionização é mais elevada. Em átomos maiores, os electrões não estão presos com tanta força, e portanto a energia de ionização é mais baixa.

A primeira energia de ionização é a energia necessária para remover um electrão, a segunda para remover dois, e assim sucessivamente. As energias de ionização posteriores são sempre maiores que a anterior. Por esta razão, os iões tendem a formar-se só com certas configurações. Por exemplo, o sódio encontra-se na forma Na+, mas não, geralmente, na forma Na2+ devido à grande quantidade de energia de ionização que seria necessária. Do mesmo modo, o magnésio encontra-se como Mg2+, mas não como Mg3+ e o alumínio pode existir como um catião Al3+. Em física, uma forma de ionização é produzida pelas radiações ionizantes que transferem energia suficiente para separar um electrão de seu átomo. A ionização é, portanto, a formação de um par de iões, o negativo (electrão livre) e o positivo (o átomo sem um de seus electrões).

De acordo com a física clássica, é absolutamente necessário que a energia do electrão exceda a diferença da energia da barreira de potencial para salta-la.

A energia requerida para liberar um electrão é maior ou igual à diferença potencial entre o orbital atómico ou molecular actual e o orbital possível ao salto. Se a energia absorvida exceder este potencial, o electrão será emitido como um electrão livre. Se não, o electrão incorpora momentaneamente um estado excitado até que a energia absorvida seja re-irradiada e ele volte o estado mais baixo. Logo, um electrão livre deve ter uma energia maior ou semelhante àquela da barreira potencial para continuar "livre". A ionização sequencial é basicamente uma descrição da ionização de um átomo ou de uma molécula. Mais especificamente significa que um ião com uma carga +2 pode somente ser criado de um ião com uma carga +1 ou uma carga +3. Isto é, a carga numérica de um átomo ou de uma molécula deve mudar sequencialmente, sempre movendo-se de um número a um número adjacente, ou sequencial.

Ao contrário da ionização clássica, na quântica o electrão simplesmente atravessa a barreira potencial em vez de saltá-la, por causa de sua natureza ondulatória, pois, a probabilidade de um electrão passar através da barreira, é exponencial em relação à sua largura. Consequentemente, um electrão com uma energia mais elevada, aparentemente "atravessa" a barreira como se fosse através de um túnel. Quando o campo eléctrico é combinado com a ionização "túnel", o fenómeno não sequencial emerge. Por exemplo, um electrão sai para fora de um átomo ou de uma molécula emitido como onda, pode recombinar com o átomo ou molécula contígua e liberar toda a energia adicional, ou tem também a possibilidade de ionizar mais de um átomo ou molécula com as colisões da energia elevada. Esta ionização adicional é considerada ionização não sequencial por duas razões:



  • Não há nenhuma ordem de como um segundo electrão é removido de um átomo ou de uma molécula com uma carga;
  • Podem ser criados em linha recta de um átomo ou de uma molécula, uma carga neutra, assim que as cargas não são sequenciais.
Exemplos de ionização:

Na ionização de um ácido, por exemplo, a molécula de água é responsável por capturar um hidrogênio que está polarizado positivamente no ácido, formando o ião hidroxônio (H3O+) e um anião (A-, sendo A um elemento ou composto presente no ácido).
  • HA(aq) + H2O(l) → H3O+(aq) + A-(aq)

No que se refere à radiação, há uma forma de ionização produzida pelas radiações ionizantes que tranferem muita energia ao átomo atingido e deixam-no instável, podendo gerar a fissão nuclear. Esse tipo de ionização é muito perigoso para os seres vivos, podendo gerar mutações genéticas e cancro. O exemplo a seguir é uma equação química que representa a ionização radioativa:

  • 20Ca40 + Radiação ionizante → 2α4 + 18Ar36

Pode-se também fornecer energia para o átomo libertar os seus elétrões. Inclui-se aqui a propriedade periódica nergia de ionização ou potencial de ionização, que diz quanta energia é necessária para retirar um elétrão do átomo.

Uma carga eléctrica positiva é produzida quando o limite de carga do electrão num átomo, ou molécula, absorve energia suficiente de uma fonte externa para escapar da barreira de potencial. A quantidade de energia absorvida deve ser igual ao potencial de ionização. Uma carga eléctrica negativa é produzida quando um electrão livre colide com um átomo e é capturado subsequentemente dentro da barreira potencial eléctrica, libertando toda a energia adicional.

Agentes de ionização na ionosfera

O SOL


O maior agente de ionização da ionosfera, é o Sol, cujas radiações nas bandas de raios X, e luz ultravioleta, inserem grande quantidade de electrões livres no meio. Os meteoritos e raios cósmicos (Figura acima) também são responsáveis pela presença secundária de iões na região. A energia provinda do Sol inclui todos os tipos de radiação, não apenas a luz visível.

Basicamente, a atmosfera compõe-se de oxigénio e de nitrogénio em estado molecular nas menores altitudes e em estado atómico nas altas altitudes. Os seus componentes absorvem os raios ultravioletas e os raios X de origem solar. No processo, os electrões são retirados das moléculas ou dos átomos pelo chamado ''efeito fotoeléctrico'', ocorrendo assim o processo da ionização.

Os processos de ionização ocorrem, nas regiões delgadas da atmosfera, acima de 60 km em que se formam ''camadas'' iónicas, por isso à região é dado o nome de ionosfera, que na parte inferior chama-se neutrosfera.